Elegância, sobriedade e distinção no vestir

segunda-feira, março 22, 2010

“Além disso, sem ostentar cuidados nímios ou impróprios de um homem, o homem do Reino deverá se apresentar sempre com correção e distinção no vestir (...).” (Pe. Marcial Maciel, LC. Carta de 21 de setembro de 1966)

Vejam que isso não significa que meninas e senhoras tenham que se vestir de um modo antiquado, anacrônico. Tal seria uma afetação de matriz puritana, uma atitude esnobe até mesmo. Podemos nos vestir de modo contemporâneo, casual. Mas, com elegância. Justamente aí está a sobriedade. Elegância não é “peruagem”, mas equilíbrio.

A expressão-chave para compreendermos isso é “sóbria elegância”, manifestação das virtudes do pudor e mesmo da caridade. Caridade para com os outros, que se sentirão bem ao ver alguém elegantemente vestido, perfumado, de boa aparência. Caridade para com Deus, que não será ofendido por tantas modas que violam o mandamento da castidade.

Sim, pois as roupas nos podem trair, as roupas podem ser causa de olhares dos homens – e quem se veste de modo indigno contribui para o pecado de outrem. As roupas podem ser causa de nosso próprio pecado de falta de pudor.

“A pureza exige o pudor, que, preservando a intimidade da pessoa, exprime a delicadeza da castidade e orienta os olhares e os gestos em conformidade com a dignidade das pessoas e da sua comunhão. Ela liberta do erotismo difuso e afasta de tudo aquilo que favorece a curiosidade mórbida. Requer uma purificação do ambiente social, mediante uma luta constante contra a permissividade dos costumes, que assenta numa concepção errônea da liberdade humana.” (Comp. Cat., 530)

Um texto de Sheila Morataya-Fleishman nos fará refletir:

“A mulher elegante tem, sobretudo, pudor. O pudor é a tendência natural à reserva daquilo que é íntimo. Onde há intimidade brota o pudor.

A intimidade, por si mesmo se recata, se reserva, se oculta em seu próprio mistério, consciente do alto valor que possui. Porque estou convencida disso como mulher, é que, sim, me importa a largura que têm minhas roupas, a forma em que desnudo ou cubro meus ombros, e o detalhe ao usar uma veste que não fique de maneira excessivamente justa nas formas do meu corpo.

Por isso é que, na hora de ir em busca de um estilo pessoal, o qual só pode se manifestar com o tempo, é importante que nos perguntemos: em que creio? Que relação há entre o que creio e o que visto? Existe coerência entre o que digo e dou a entender na hora de vestir-me? Se pela primeira vez se apresentar, inesperadamente, diante de mim uma pessoa que admiro, me sentiria orgulhosa da impressão que lhe dei?” (La presencia que encanta)

A “roupa de Missa”

O sacrifício de Jesus Cristo foi oferecido na Cruz, antecipado na Última Ceia, e é tornado novamente presente em cada Missa celebrada. Ceia, Cruz e Missa são o mesmo e único sacrifício de Cristo!

Esse o significado, portanto da Santa Missa: é o mesmo, único e suficiente sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo, oferecido de uma vez por todas, ao Pai, na Cruz do Calvário, pelo perdão de nossos pecados, tornado real e novamente presente, ainda que de outro modo, incruento, no altar da igreja pelas mãos do sacerdote validamente ordenado. Por isso, a Igreja nos ensina que “o sacrifício de Cristo e o sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício.” (Cat., 1367)

Roupas que expõem o corpo devem ser evitadas, i.e., todas aquelas com decotes profundos, shorts e saias muito curtos, blusas que mostrem a barriga ou boa parte dos ombros e dos braços, calças muito apertadas ou de ginástica (fora de seu ambiente próprio ou sem a cobertura apropriada). Melhor que uma mulher utilize uma calça normal de corte feminino ou, melhor ainda (e, em determinados locais, pode ser mais conveniente), uma saia ou vestido. Não nos esqueçamos, outrossim, do piedoso costume das mulheres assistirem Missa de véu cobrindo os cabelos, o que, embora não mais obrigatório, é uma saudável prática que ainda existe em inúmeros lugares.

“Eis o meio mais adequado para assistir com fruto a Santa Missa: consiste em irdes à igreja como se fôsseis ao Calvário, e de vos comportardes diante do altar como o faríeis diante do Trono de Deus, em companhia dos santos anjos. Vede, por conseguinte, que modéstia, que respeito, que recolhimento são necessários para receber o fruto e as graças que Deus costuma conceder àqueles que honram, com sua piedosa atitude, mistérios tão santos.” (São Leonardo de Porto Maurício. Tesouro Oculto)

Se no dia-a-dia temos de saber muito bem como nos vestir, ainda mais na Santa Missa, o mais solene momento do universo, a ocasião em que o temos de ter o máximo respeito.

“Lembro-me de como as pessoas se preparavam para comungar: havia esmero em arrumar bem a alma e o corpo. As melhores roupas, o cabelo bem penteado, o corpo fisicamente limpo, talvez até com um pouco de perfume. Eram delicadezas próprias de gente enamorada, de almas finas e retas, que sabiam pagar Amor com amor.” (São Josemaria Escrivá. Homilias sobre a Eucaristia)

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